Vilhena

Em mais uma tarde passada no escurinho do quarto dele, protegida por seus braços, estava quase pegando no sono quando o escutei dizendo baixinho, como se estivesse falando consigo mesmo:

_Você foi tão longe por mim...
Ainda imóvel em seus braços,movi a cabeça do peito dele, procurei seus olhos escuros e os encontrei perdidos em meu rosto. Sem mesmo processar o que diria, respondi no mesmo tom secreto:
_Não só geograficamente amor, já fui longe por você em tudo.
Pensei em explicar mas não parecia necessário, vi nos olhos dele que entendia. Mesmo assim, teimosa, perguntei, e ele confirmou. Em seguida, mergulhou o rosto em meu pescoço, como normalmente faz e expirou forte.
No aconchego do corpo dele junto ao meu, fechei os olhos e dormi. Foi um descanso sem sonho, pois naquela vida, eu não precisava sonhar.