quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

10/01

Dez dias desempregada. Passo minhas horas cuidando da Luna, da casa, do almoço, das roupas e de mim. Não acho um sacrifício. Me sinto muito mais tranquila sabendo que a minha filha está sendo cuidada apenas por nós, pais dela, e gosto também de organizar a casa. Fazer comida nem tanto, mas é necessário. Assim, podemos economizar para o financiamento.
Estou lendo livros também e acho que minha auto estima está melhorando (perdi bastante quando estava grávida e depois do parto com 11 kg a mais). A não ser quando estou perto de pessoas como a minha cunhada e a Arlene que previsivelmente podem insinuar de maneira depreciativa meu status atual (dona de casa) e perguntarem (lide pressionarem) quando voltarei a trabalhar. Não só elas. Todos que me conhecem e sabem da mudança.
Fico muito desconfortável. Acho que eles pensam menos de mim agora. Talvez seja apenas bobagem da minha cabeça. Sei que, ás vezes, levo as coisas para o lado pessoal sem motivos suficientes e nada disso me faz bem.
No entanto, o fato é que não estou com pressa. Quero curtir esse período sabático. Pensei em fazer um curso de fotografia em março. Pensei também em estudar para algum concurso, fazer Letras ou me inscrever em uma pós. São ideias prematuras, mas que podem dar certo se eu não me auto sabotar como já aconteceu outras vezes.
A Luna, ontem, acordou com febre alta. 38.2 C°. Quando vi, congelei por um instante. Tenho muito medo de febre igual ou superior a essa temperatura. Lembro do professor Itamar, no ensino fundamental, contando casos de crianças que tiveram meningite por causa disso. Uma delas havia perdido a sensibilidade de um dos dedos do pé (não tenho certeza dessa história, na verdade. Faz tanto tempo...).
Fomos na pediatra e hoje ela acordou melhor depois de tomar os medicamentos. Parece que está com laringite, que é um tipo de vírus da gripe. Sendo clara, a região da garganta dela está bem inflamada.
A febre passou, graças a Deus. Porém, por volta do meio-dia, recebi uma notícia que me fez voltar a estar preocupada e triste. Era sobre minha mãe. Há alguns dia. ela me ligou e contou que as vezes 'vem uma coisa ruim na cabeça dela' que a deixa bem pra baixo. Hoje, minha irmã me falou no whats que ela foi ao médico em Andradina (naquele estúpido) e ao relatar sobre essas perturbações, ele passou remédios para transtorno bipolar. Esse diagnóstico me assustou... Não sei o que pensar...
Após a consulta, minha mãe ficou bem abatida e quieta. Mal conversou com a Larissa e foi para o quarto se deitar.
Liguei para ela quatro horas depois. Fingi que não sabia de nada e esperei que ela tocasse no assunto. Controlei minha voz e fala para que soassem tranquilas nesse momento enquanto a escutava e respondia. Não queria transparecer minha tristeza...
Minha mãe é uma pessoa maravilhosa. Ela tem suas limitações mas a bondade dela é tão grande. Tem um coração enorme. Desabo quando penso nela passando por isso...
No telefone, em outro assunto, ela comentou que era melhor morrer logo do que ficar sofrendo com um monte de doença. Não se referindo diretamente a ela. Estávamos falando de um irmão da igreja que morreu do nada, recentemente. Disse para ela que as coisas que ele tinha muita gente também tem e que, ainda assim, segue a vida.
Ela está sofrendo e me sinto uma inútil, uma filha indigna estando tão longe e só podendo usar a minha voz para fazer algo.
Peço a Deus para que Ele não se esqueça dela e a ajude. Digo isso também para meu pai, mas ele está me decepcionando tanto... Minha irmã, sim, faz a diferença, a única coisa que me deixa um pouco calma...