sexta-feira, 10 de abril de 2015

Jornalismo em tempos modernos

Imagem: via

No filme Laranja Mecânica, uma frase em particular me chamou a atenção. Na cena, o protagonista Alex DeLarge dizia como as cores do mundo real pareciam muito mais reais quando vistas no cinema. O que não é de se admirar, pois, com a correria do mundo moderno, o homem é instruído a fazer tanta coisa ao mesmo tempo que acaba entrando no modo automático.

A ciência e a psicologia confirmam que o cérebro humano não foi projetado para fazer várias atividades ao mesmo tempo, e, a longo prazo, por precisarmos estar sempre alertas, perdemos a capacidade de nos concentrar.

Os ilusionistas, por exemplo, aproveitam dessa incapacidade para nos distrair e fazer a magia acontecer, mas eles são exceções já que, na maior parte das vezes, são os profissionais quem são prejudicados por essa falta de concentração.

Hoje o mercado de trabalho opta por pessoas dispostas a realizarem mais de uma atividade ao mesmo tempo. As empresas de comunicação, por exemplo, exigem cada vez mais um jornalista "completo": aquele que é pauteiro, fotógrafo, editor, um polivalente e tudo em um pequeno prazo de tempo.

Uma das minhas professoras de jornalismo, ao comentar sobre o bombardeio diário de informações hoje em dia, observou que isso não significa estarmos absorvendo conteúdo, pois essa notícia transmitida é muito superficial.

Segundo estudos, adeptos crônicos de multitarefas, diante de tantos fluxos de informações, além de não conseguirem prestar atenção, não controlam a memória e nem passam um assunto para outra pessoa tão bem como indivíduos que concluem uma tarefa de cada vez. Que ótimo jornalista daria esse, ein!

Seria surpreendente se em meio a toda essa correria profissional alguém conseguisse parar cinco minutos para olhar para o céu apenas para analisar as cores...

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