terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Filhos

Quando estava com o X, como todo casal apaixonado, conversávamos sobre um futuro juntos. Eu queria ter quatro filhos e os quatro já tinham nomes escolhidos por mim. O X não falava muito sobre, mas aceitava as minhas sugestões.
Nas férias de 2013, senti na pele como educar crianças é difícil. Fui babá de duas e no fim do mês, vi que ter quatro não era mais o que eu queria. Depois de relatar a experiência ao X, desistimos da ideia de ter quatro e passamos para dois. Mas não sei porquê, dessa vez, não procurei pensar em nomes.
O namoro acabou, e tudo isso se foi...
Conheci outra pessoa, e quando começamos a namorar, o assunto sobre filhos voltou à tona. Eu ainda queria ter dois, mas com o Allan, percebi que acima de tudo, queria ser mãe dos filhos dele.
E foi aí que, mesmo antes deles pensarem em nascer, eu e ele já falávamos com frequência sobre nossos futuros filhinhos.
Era sempre assim, quando falamos com ardência sobre amor, eles vêm à tona. Ou é com o Allan imaginando a gente numa sessão de filmes em casa deitados em um colchão com as crianças lambuzadas de chocolate rindo em cima de nós. Ou aparecem comigo, imaginando os dois brincando no parquinho da pracinha a noite enquanto estou com o Allan em um dos bancos falando da última pérola do Raul com a irmãzinha. (Sim, já escolhemos o nomes de um dos nossos filhos rs)

Essa semana, meu namoro quase chegou ao fim. O engraçado foi que depois, quando resolvemos os problemas, a primeira coisa que ele falou foi para que eu pedisse de desculpas. Não entendi o porquê e ele me explicou:
"Você quase nos abandonou. Eu e nosso filhos. Sabe que dependemos de você para sermos felizes juntos, amor, poxa".
E eu, claro, me derreti toda, e até agora, só de pensar nisso, não consigo deixar de sorrir. Pedi desculpa aos três como se realmente estivessem presentes, e logo após ouvi encantada a resposta brincalhona dele:
"Nós te perdoamos mamãe "

Minha felicidade será completa quando deixar de imaginar e viver tudo isso. 

*Amar é ser ridícula, como disse Álvaro de Campos. Mas nunca foi tão bom ser chamada assim.
                                                                     

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